A Interpol incluiu a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em sua lista de difusão vermelha nesta quinta-feira (5), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida permite que a parlamentar seja presa em qualquer um dos 196 países membros da organização internacional.
A inclusão na lista vermelha ocorreu depois que Zambelli anunciou, na terça-feira (3), ter deixado o Brasil. A saída aconteceu menos de um mês após sua condenação unânime a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF.
Além da difusão vermelha, Moraes determinou a prisão preventiva da deputada e o bloqueio total de seus bens, incluindo salário parlamentar, contas bancárias, veículos e imóveis. O ministro também ordenou o fechamento de todos os perfis da parlamentar nas redes sociais, com multa diária de R$ 50 mil em caso de novas publicações.
A decisão atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República, que buscava “assegurar a devida aplicação da lei penal” sem antecipar o cumprimento da pena. A inclusão de Zambelli representa uma mudança de postura da Interpol, que nos últimos dois anos havia negado pedidos similares envolvendo outros dois importantes nomes do bolsonarismo: Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio.
A deputada enfrenta múltiplos processos judiciais. Em maio, foi condenada por comandar a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça com auxílio do hacker Walter Delgatti. Em março, recebeu sentença de cinco anos em regime semiaberto por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após incidente com arma de fogo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Em janeiro, teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo por desinformação eleitoral, decisão que ainda cabe recurso.