A Procuradoria-Geral da República (PGR) prepara um pedido de prisão preventiva contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar, que recebeu pena de 10 anos por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, anunciou sua saída do país nesta terça-feira (3).
A decisão da PGR baseia-se nas declarações contraditórias da própria deputada sobre sua localização atual. Em entrevista à CNN, Zambelli afirmou estar na Itália, alegando proteção por sua cidadania italiana. Posteriormente, declarou encontrar-se nos Estados Unidos com planos de seguir para território italiano.
O procurador-geral Paulo Gonet e sua equipe interpretam a viagem como possível tentativa de fuga da jurisdição brasileira. A avaliação considera que a parlamentar gerou evidências contra si mesma ao demonstrar “mobilidade internacional” e apresentar versões conflitantes sobre os motivos da viagem, ora citando tratamento de saúde, ora mencionando denúncias contra suposta perseguição política.
A situação ganhou novos contornos após o advogado Daniel Bialski abandonar a defesa da deputada, alegando não ter sido informado previamente sobre a viagem. O pedido de prisão preventiva será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que culminou na condenação de Zambelli.
Caso o pedido seja autorizado, uma das alternativas em estudo é solicitar a prisão preventiva para extradição por via diplomática, com auxílio do departamento de cooperação internacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pena original ainda não começou a ser cumprida porque existem recursos pendentes.