O Departamento de Defesa dos Estados Unidos determinou a saída imediata de aproximadamente mil militares que se declararam transgêneros das Forças Armadas americanas. A medida surge após decisão da Suprema Corte que autorizou o governo de Donald Trump a implementar restrições contra pessoas trans no serviço militar.
A nova diretriz estabelece um prazo de 30 dias para que militares transgêneros ainda não declarados deixem voluntariamente as Forças Armadas. O Pentágono também iniciará uma revisão de prontuários médicos para identificar integrantes diagnosticados com disforia de gênero que não se manifestaram oficialmente.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, demonstrou apoio enfático à medida durante conferência em Tampa. “Estamos deixando para trás o politicamente correto e a fraqueza. Chega de pronomes. Chega de caras de vestido”, declarou antes mesmo da decisão judicial.
Dados da CNN indicam que existem 4.240 militares com diagnóstico de disforia de gênero em serviço ativo, Guarda Nacional e reserva. Este número representa uma pequena parcela dos aproximadamente 2 milhões de militares americanos, embora estimativas oficiais sugiram que o total real possa ser maior.
A ordem executiva enfrenta resistência nos tribunais. Em março, o juiz federal Benjamin Settle, do estado de Washington, havia bloqueado nacionalmente os planos de Trump, citando o caso da comandante Emily Shilling. Com 19 anos de serviço e missões no Iraque e Afeganistão, Shilling exemplifica o argumento de que a política é “de exclusão sem fundamento, dramática e aparentemente injusta”.
O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, confirmou que os militares identificados como transgêneros “iniciarão o processo de desligamento voluntário” das Forças Armadas, marcando uma mudança significativa na política militar americana que permitia, até então, o serviço de pessoas trans nas forças armadas do país.