O governo federal anunciou mudanças significativas nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que encarecem compras no exterior e remessas internacionais a partir desta sexta-feira (23). A medida visa reforçar o caixa público em R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
As principais alterações incluem o aumento da alíquota de 3,38% para 3,5% em operações com cartões internacionais de crédito, débito e pré-pagos. Para compra de moeda em espécie e remessas para contas de brasileiros no exterior, o imposto subiu de 1,1% para 3,5% por operação.
O pacote de mudanças também afeta o setor empresarial. A alíquota para empresas foi igualada à de pessoas físicas, saltando de 1,88% para 3,95% ao ano. Empresas do Simples Nacional terão aumento de 0,88% para 1,95% ao ano em operações de até R$ 30 mil.
O ministro Fernando Haddad precisou recuar em uma das medidas após reação negativa do mercado. O governo cancelou o aumento da alíquota para aplicações em fundos no exterior, que permanecerá em 0%. A decisão foi tomada após reunião emergencial no Palácio do Planalto.
As alterações fazem parte de um conjunto de medidas que inclui também um congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento de 2025. Segundo o Ministério da Fazenda, as ações visam equilibrar as contas públicas e manter o controle sobre o endividamento, fatores cruciais para a estabilidade econômica do país.
O impacto das mudanças já se refletiu no mercado financeiro. O dólar, que apresentava tendência de queda, inverteu o movimento e fechou em alta, cotado a R$ 5,66. A bolsa de valores também reagiu negativamente, encerrando o pregão com queda de 0,44%, após operar em território positivo durante parte do dia.